Estamos num armazém em Bergen, na Noruega, e um grupo de portugueses ligados ao sector da construção civil espera para ver o futuro. O espaço está completamente vazio e todas as atenções se concentram nas paredes e no tecto. Ou melhor, no betão. Naquele local e na área circundante vai nascer uma nova zona habitacional e de comércio pelo que demolir o armazém seria a opção mais evidente e mais barata. “O dinheiro não é o único critério”, explica Tore Holvik, representante da construtora Bracker AS, dona do projecto, que se junta aos portugueses para uma visita guiada numa manhã chuvosa. Em vez de demolir, decidiram usar o armazém num projecto-piloto e mostrar que é possível reutilizar o betão num novo edifício. Mas como?
A tecnologia pode ajudar. Os testes não invasivos a pontes, barragens ou edifícios estão a ganhar terreno, sobretudo para inspecções à integridade desse tipo de estruturas. Aqui, usar o método GPR — Ground Penetrating Radar —, que permite uma visualização através de ondas electromagnéticas, vai dar informação sobre a qualidade e densidade do betão, se está em bom estado e ajudar a localizar as vigas de aço na estrutura para, na prática, saber onde e como desmantelar. Por norma, seria cortada uma amostra do betão, uma opção invasiva e mais demorada, que poderia tornar impossível a reutilização.
As atenções viram-se para Sondre Nærland, um dos fundadores da empresa norueguesa Birdsview — e para um pequeno sensor que tem nas mãos. É com ele que Sondre se prepara para fazer um “raio-X” às paredes. O grupo de portugueses está expectante: a maioria conhece a tecnologia mas nunca a utilizou. Sondre é uma espécie de “caça-fantasmas” do betão, apontando a sonda para as paredes e recolhendo dados que são processados quase em tempo real por um computador transformado em mochila que tem às costas. Uma imagem 3D do espaço aparece em poucos minutos digitalizada no ecrã de um tablet.
Rui Barros Garcia, engenheiro civil e responsável pelo departamento de Qualidade e Sustentabilidade do grupo Garcia desde 2019, não pára de tirar fotografias. Está impressionado com a rapidez e eficácia do “diagnóstico” feito ao betão. “Este armazém corresponde à tipologia de 80% dos edifícios em Portugal. Esta tecnologia pode ser perfeitamente utilizada”, explica-nos. “Ter uma pessoa a fazer este trabalho é complicado, mas se for um robô é muito bom”. Sugere a Sondre que os sensores sejam usados em aparelhos maiores, carros ou robôs, para que se recolham mais dados em menos tempo.
A Birdsview já está a pensar nisso. A empresa foi criada para avaliar o estado dos postes de madeira de electricidade em Bergen e por isso o equipamento tinha de ser leve e compacto. Agora, querem dar o salto para o cimento, um material “muito desafiante”, explica Sondre, mas que abre oportunidades de negócio num sector como o da construção que começa a olhar para os edifícios em fim de vida como um recurso. “Temos de pensar em usar o que temos durante muito tempo”, diz, confessando no entanto que há ainda muito “conservadorismo” no sector. Em Portugal, explica Rui Barros Garcia, a barreira para reutilizar o betão em construções novas é legal, porque as normas de desempenho estrutural não o permitem. “Na reabilitação, é mais fácil”.
“Estamos ao nível da ambição”, diz Tore Holvik, quando lhe perguntamos sobre prazos de conclusão deste projecto-piloto. Ainda não sabem quanto betão conseguirão resgatar e essa é a primeira peça do puzzle. Há também o investimento e risco associado, mas garantiram investimento público que incentiva a partilha de informação e experiência com outras empresas.
Empresas a diferentes velocidades
Da visita de dois dias que o PÚBLICO acompanhou a Bergen fizeram parte cerca de 12 membros do cluster português Habitat Sustentável, criado em 2009 não só para empresas da construção, mas também agentes da área da cerâmica, do têxtil, universidades e municípios. A viagem foi apoiada pelo Ministério do Ambiente e pelo AICEP e financiada pelo programa EEA Grants, o Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu, através do qual a Noruega, a Islândia e o Liechtenstein apoiam os Estados-membros da União Europeia com maiores desvios da média europeia do PIB per capita.
O grupo foi a Bergen beber inspiração mas também procurar parcerias e mostrar que já tem soluções de sustentabilidade ao nível do “melhor que se faz na Europa”, acredita Victor Ferreira, director do cluster desde a sua fundação. Do grupo fizeram parte produtores de cimento como a SECIL e de betão pré-fabricado como a SPRAL, a Casa Diff, que produz casas modulares em madeira, a Perfisa, especialista em aço leve, o Laboratório Nacional de Energia e Geologia ou o Instituto da Construção da Universidade do Porto.
Do lado das empresas, grandes construtoras como o Grupo Casais, que tem projectos em 18 países e uma força de trabalho de 6000 pessoas, mas também pequenas empresas como a G&O — Gestão de Obras, que no fundo representa a esmagadora maioria do sector da construção em Portugal dominado por micro e pequenas empresas (mais de 98%). Empresas a “diferentes velocidades”, explica Victor Ferreira, num país onde diz faltar eficácia e mais agilidade “local e regional” para as apoiar.
No grupo Casais, por exemplo, a aposta tem sido na construção “off-site”, ou seja, uma produção em fábrica que é depois montada no local e permite diminuir o impacto ambiental, o desperdício de materiais e reduzir a pegada de carbono em mais de 60%, usando mais madeira e apenas um terço do betão de um edifício tradicional. Também é eficaz a resolver alguns dos problemas que hoje afectam a construção civil: escassez de mão-de-obra e o aumento dos preços dos produtos.
Já Edgar Pires, da pequena empresa de gestão de obras G&O, acredita ter sobretudo um papel de “consciencialização” porque é muito difícil mudar as mentalidades: “O grau de aceitação dos empreiteiros em Portugal é quase zero”. Dá o exemplo de uma obra que têm em mãos na margem sul do Tejo onde, na fase de projecto, se pensou usar os resíduos da demolição na própria obra. Mas como era mais caro, “ficou para trás”.
Abandonar o círculo vicioso da economia linear
Os desafios para a transição de um modelo de construção linear para um circular são conhecidos. Falta de recursos humanos e financeiros, pouco investimento em inovação e ausência, por exemplo, de certificação de produtos reutilizados. Em 2023, foi traçado o Plano de Acção para a Circularidade na Construção (PACCO), mas ficou por implementar. Parte das medidas sugeridas fazem agora parte do Plano de Acção para a Economia Circular (PAEC), uma versão que actualiza o plano de 2017, e que se encontra em consulta pública até ao final de Novembro.
A taxa de circularidade de materiais é baixa em toda a União Europeia, ficando nos 12%, mas Portugal está ainda mais na cauda com 2,5%. Para Vanessa Tavares, responsável pelo departamento de sustentabilidade do BUILT CoLAB, que desenhou o plano de acção para a construção circular, o sector precisa de apoio sobretudo face àquilo a que chama o aumento “galopante e bastante exigente do quadro regulamentar” a nível europeu. As metas estão a bater à porta e as empresas não estão preparadas. E dá como exemplo a dificuldade em cumprir a Directiva sobre o Desempenho Energético dos Edifícios (EPBD) que obriga a que todos os edifícios novos na UE tenham necessidades energéticas quase nulas já a partir de 2030.
“Antes de criar nova legislação é preciso ver onde é que as coisas estão a falhar”, defende Victor Ferreira. “Reciclar não seria possível se não existisse o vidrão”, afirma, e cabe ao “próprio governo facilitar os processos e resolver os pontos críticos da circularidade”. No limite, é preciso criar algo que não existe, até novos protagonistas como o “urban miner”, uma pessoa ou entidade que procure, recolha e armazene os materiais de edifícios “dadores”. As próprias empresas de demolição ou os grossistas podem passar a ter um papel-chave na nova cadeia da construção circular.
Renovar só com materiais usados? Sim, é possível
Em Bergen, a visita pôs o cluster português em contacto com o seu “irmão” norueguês, o Proptech, lançado em 2018 para acelerar a digitalização das empresas, mas que hoje concentra esforços em reduzir a pegada ambiental do sector. “Se somos 40% do problema também podemos ser 40% da solução”, diz Birthe Espelande, directora do cluster. “Mas é muito difícil”, confessa. “Soa bem, mas é difícil.” Para não ficarem só pelas intenções, têm ajudado a encontrar financiamento público e privado para projectos-piloto que acelerem uma “mudança cultural” no sector e permitam ir resolvendo muitos dos “pontos críticos” da reutilização de materiais de construção de que falava Victor Ferreira.
Um deles é o projecto Kontiki que quer reutilizar condutas de ventilação, grandes tipos metálicos que “não passam de moda”, diz Jon Eidset, líder do projecto, e que é muito simbólico de como os edifícios hoje não estão preparados para dadores de materiais — quer se trate do peso-pesado betão ou da leve conduta de ventilação. Jon acredita que, sem “um benefício financeiro”, a reutilização não vai avançar. “Toda a gente quer construir maior, mais rápido, mais barato.” Com o Kontiki, quer identificar os passos a dar, listar os custos e criar um modelo de negócio. Nas mãos tem a tarefa de provar que é possível, e não uma utopia. Tal como em 1947 um explorador norueguês partiu numa jangada — baptizada de KonTiki — numa expedição pelo Oceano Pacífico, para provar que a colonização da Polinésia tinha sido realizada por via marítima por indígenas da América do Sul. “A conduta é o nosso barco Kontiki.”
O exemplo mais emblemático é o edifício Føniks — em português, Fénix — que tem a ambição de renovar um edifício por completo, da fachada ao interior, usando 100% de materiais reutilizados. O projecto, que os portugueses visitaram, é uma aposta de uma das maiores construtoras em Bergen, a Frydenbø, que escolheu para esta experiência de reutilização em grande escala o primeiro edifício que a construtora comprou, em 1917. “Vamos levá-lo para o futuro”, afirma Christine Johannesse, uma das directoras-executivas da construtora, enquanto mostra uma imagem de como será o edifício depois de concluído. “Talvez não seja assim quando acabarmos”, atira, entre risos.
Na verdade, o projecto já foi alterado várias vezes. O plano que apresentaram à Câmara Municipal para licenciamento já não é o mesmo, tiveram de se adaptar aos materiais que iam conseguindo encontrar. O Fénix faz parte do programa FutureBuilt, um programa do governo norueguês lançado em 2010 e que aposta em projectos-piloto para impulsionar municípios, promotores imobiliários e construtoras a diminuir a sua pegada ambiental e energética. Ao todo são já 75 projectos, desde escolas, bibliotecas, prédios de habitação. A circularidade é um critério — ainda que opcional — para aprovação de um projecto FutureBuilt que garante, por exemplo, que um licenciamento seja muito mais rápido, num processo que na Noruega pode demorar até sete anos.
A rapidez e agilidade é algo crucial — e apelativo — para uma construtora decidir avançar para uma empreitada como o Fénix. “Mas a Câmara Municipal não gosta muito quando dizemos ‘isto talvez vá ficar assim’…” acrescenta Viktor Svantesson, o jovem arquitecto que lidera o projecto. Nos últimos meses, grande parte do seu tempo é passado a preencher folhas de Excel e a refazer maquetes digitais. A sua assinatura no Fénix, como arquitecto, qual será? “Flexibilidade. Tenho de estar sempre a mudar este projecto se quero que ele exista”, explica. “E não sentir isso como uma derrota.”
A equipa está a aprender a prever todos os cenários: se não conseguirmos este material de que precisamos procuramos uma alternativa? Esperamos que apareça? Compramos algo novo? “Isso é o que não queremos fazer”, diz Per Reigstad, gestor da obra responsável pelos materiais. Já estiveram quase a cair na tentação. “E se comprarmos ‘só’ uma janela?”, diz Christina. “Mas queremos levar isto até ao fim. Estamos no topo da cadeira e temos essa responsabilidade.”
É como virar o mundo ao contrário. No mundo normal, o da construção linear, o arquitecto apresenta um desenho do edifício, lista todos os materiais necessários, acabamentos, cores, pavimento, e está fechado. No Fénix, tudo está em aberto e o grau de incerteza é grande. “Temos muitos amigos na construção e isso ajuda”, diz Per, que no último ano se tornou num caçador de tesouros, um recolector de materiais usados que incluem sanitas, janelas, luzes, portas, aquecedores. A construtora está, também, numa posição privilegiada. Tem recursos para investir (o projecto deverá demorar cerca de cinco meses mais do que uma renovação normal) e uma estrutura que lhes permite algo essencial: armazenar e catalogar os materiais que vão recolhendo.
Um caçador de tesouros e a saga do elevador
Para ver os materiais que vão renovar o Fénix é preciso acompanhar o passo acelerado de Per Reigstad. Vai abrindo com entusiasmo várias portas e passando de sala em sala, num armazém que a empresa tem adjacente ao Fénix. Todos os espaços livres são aproveitados para guardar mais qualquer coisa. Per sabe a história de cada um dos “tesouros” que resgatou. As janelas vieram de um hospital no Sul da Noruega, mas as medidas foram mal tiradas e não cabiam. “Ninguém sabia o que fazer com elas, andavam de um lado para o outro” conta Per. Foi um bom negócio: janelas de vidro triplo, que cumprem requisitos de insonorização e eficiência energética, “só as vamos pintar”. As sanitas e lavatórios vieram de um tribunal, “estão como novas e são boas porcelanas”. Os painéis de carpete para o pavimento vieram de uma estação de televisão que vai mudar de instalações, que também disponibilizou o isolamento.
A “jóia da coroa” é um elevador, mas esse ainda está na Grécia. A equipa acredita que é a primeira vez que se vai reutilizar um elevador em todo o mundo. Mas só à quarta tentativa é que conseguiram assegurar um elevador em segunda mão que possam reutilizar. Na saga de angariar todo o material de que precisam para a renovação, quase evitam falar do elevador, para não agoirar. E ainda falta perceber como o trazer até Bergen com o mínimo de emissões de CO2 possível.
Todo o material está identificado com um código QR: cada sanita, janela, porta, tem um bilhete de identidade digital guardado no digital Loopfront, a maior plataforma na Noruega para materiais de construção usados. A ideia de um passaporte digital de produtos está a ser implementada pela União Europeia, em produtos que vão das baterias eléctricas à roupa. Na construção, é um elemento valioso para avaliar o impacto ambiental de um material mas também para saber em que condições está e onde está se o quisermos reutilizar.
“Aquilo que nós vimos (no Fénix) foi bastante interessante, mas também percebemos que eles estão a dar os primeiros passos. Não têm resposta para tudo”, diz Cristina Rocha, responsável pela área de investigação de economia circular do Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG) e que faz parte da visita a Bergen. Há dois anos, Cristina fez parte de um projecto que desenvolveu justamente modelos para a criação do passaporte de materiais para edifícios. Mas em Portugal, admite, ainda há pouca flexibilidade no licenciamento dos projectos e os custos poderão ser o maior entrave.
No Fénix, renovar com materiais usados vai resultar num orçamento 15% mais barato. “Mas — e é um grande mas”, afirma Cristina, “como é um projecto-piloto todos os parceiros estão extremamente interessados em facilitar o acesso aos produtos, a oferecê-los gratuitamente até, mas o futuro não será este”. “Num futuro não muito longínquo até vai haver alguma competição para ter acesso a janelas para reutilização, equipamentos sanitários, o que seja”.
Do edifício Fénix como existe hoje pouco ficará para além do “esqueleto”. Parte do cimento vai ser reutilizado para fazer um banco e escadas à entrada do edifício que será ocupado por escritórios. Contas feitas, a reutilização de materiais e as soluções energéticas previstas (aquecimento/arrefecimento com água do mar, painéis solares), vão reduzir a pegada dos materiais em 89% e o consumo de energia em 15%.
Para uma construtora com uma grande operação como a norueguesa Fryndenbo conseguir replicar, mesmo que parcialmente, esta experiência noutros projectos é um contributo significativo para cumprir metas nacionais de redução de emissões de carbono em 55% até 2030. Até porque as novas construções não vão parar. À volta do Fénix a empresa prepara-se para erguer um novo bairro, uma nova zona da cidade. “Quando voltarem daqui a 20 anos vai ser parte do centro de Bergen”, diz-nos a directora-executiva. O Fénix será uma gota no oceano. Poderá tornar-se em algo maior?
O dia em que decidiram não demolir a Câmara Municipal
A Câmara Municipal de Bergen, no centro da cidade, é um edifício a que ninguém fica indiferente. “Ou se ama ou se odeia”, conta Willy-Andre Gjesdal, responsável pelo departamento de construção do município. Por isso, quando há seis anos o edifício começou a dar sinais de problemas críticos na estrutura, com parte do betão a cair e a obrigar à retirada dos funcionários, instalou-se um debate político “intenso” na câmara. Seria a oportunidade para demolir um edifício tantas vezes rotulado como “o mais feio de Bergen”?
Construído no início dos anos 70, é um dos mais altos da cidade e um exemplo da arquitectura brutalista com a sua estrutura imponente e pesada de 14 andares onde o cinzento do betão domina, só aliviado pela proximidade do Lille Lungegårdsvannet, um enorme lago de cinco hectares. “A política não é só racional”, explica Willy-Andre. Esgrimiram-se argumentos e apresentaram-se cálculos, com um a saltar à vista: renovar cortaria para metade as emissões de CO2 por comparação à demolição. Na votação final, a renovação venceu, mas por apenas um voto.
Hoje, o edifício é um exemplo de como as obras de construção pública podem influenciar escolhas alinhadas com as metas climáticas, sobretudo quando no final da obra se percebeu que a redução de CO2 aumentou de 50% para 70%. “Quando me pedem para falar sobre economia circular no sector da construção, falo da Câmara Municipal”, explica Stina Oseland, directora da agência climática do município. No seu trabalho diário debruça-se sobre tudo, “da adaptação às alterações climáticas à segurança alimentar”, mas com o exemplo da câmara “mostrámos que conseguimos mesmo fazer isto”.
“Isto” é algo que nos habituámos a ver num extenso rol de percentagens. Tal como Portugal e a União Europeia, a Noruega quer cortar as emissões com gases de efeito de estufa em 55% até 2030, mas a janela de oportunidade está a fechar-se. Os esforços feitos até aqui só conseguem reduzir 27%, estimou um relatório publicado o ano passado pela federação das indústrias norueguesas.
Em Bergen, é a construção civil quem mais pode ajudar a acelerar os resultados, por ter o maior potencial de transformação circular. “Dialogamos com as empresas, com o cluster Proptech, criámos o nosso próprio sistema de reutilização de materiais para edifícios — porque o município precisa de o testar”, explica Stina Oseland. “Muita coisa mudou nestes últimos três anos”, admite, e a reutilização começa a ser vista como um investimento. Se fosse hoje, confessa Willy-Andre, não teriam renovado o interior da câmara só com materiais novos — teriam aproveitado mesas, cadeiras, iluminação.
“Temos de prolongar a vida dos edifícios”, diz Willy. Terão sempre de construir “novas escolas, hospitais, lares”, mas “cuidar do que já temos é o grande objectivo”. Mostrar que a gota do oceano pode crescer e que a construção civil se pode aventurar no seu próprio momento Kontiki. “Não podemos ter só projectos FutureBuilt, isso é o 1%. Mas temos de ser bem-sucedidos nesse 1%.”
A jornalista viajou a convite da Embaixada da Noruega em Lisboa